Nota:
1.1: Todo o Evangelho de Marcos é o começo da Boa Notícia que Deus dirige aos homens. Ela continua, em todos os tempos e lugares através daqueles que seguem Jesus.
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2-8 A pregação de João Batista é grande advertência. Ele anuncia a vinda do Messias, que vai provocar uma grande transformação. É preciso estar preparado, purificando-se e mudando o modo de ver a vida e de vivê-la.
9-11: O céu se rasgou: Na pessoa de Jesus, a separação que havia entre Deus e os homens se rompeu. A voz representa o mistério do homem de Nazaré: ele é o filho de Deus, Messias Rei (Sl 2 7) que vai estabelecer o Reino de Deus através do serviço,como servo de Javé (Is 42, 1-2).
12-13: A tentação no deserto resume os conflitos que Jesus vai experimentar em toda a sua vida. Deverá enfrentar o representante das forças do mal que escravizam os homens. E Deus o sustentará nessa luta.
14-15: São as primeiras palavras de Jesus: Elas apresentam a chave para interpretar toda a sua atividade. Cumprimentos: em Jesus, Deus se entrega totalmente. Não é mais tempo de esperar. É hora de agir. O Reino é amor de Deus que provoca a transformação radical da situação injusta que domina os homens. Está próximo: o Reino é dinâmico e está sempre crescendo. Conversão: a ação de Jesus exige mudança radical da orientação de vida. Acreditar na Boa Notícia: é acreditar o que Jesus realiza e empenhar-se com ele.
16-20: O chamado dos primeiros discípulos é um convite aberto a todos os que ouvem as palavras de Jesus. Simão e André deixam a profissão; Tiago e João deixam a família... Seguir a Jesus implica deixar as seguranças que possam impedir o compromisso com uma ação transformadora.
21-28: A ação demoníaca escraviza e aliena o homem, impedindo-o de pensar e de agir por si mesmo (por exemplo: ideologias, propagandas, estruturas, sistemas etc.): outros pensam e agem através dele. O primeiro milagre de Jesus é fazer o homem voltar à consciência e à liberdade. Só assim o homem pode segui-lo.
Marcos não diz qual era o ensinamento de Jesus; contudo, mencionando-o junto com uma ação de cura, ele sugere que o ensinamento com autoridade repousa numa prática concreta de libertação: com sua ação Jesus interpreta as Escrituras de modo superior a toda a cultura dos doutores da Lei.
29-34: Para os antigos, a febre era de origem demoníaca. Libertos do demônio, os homens podem levantar-se e colocar-se a serviço. Os demônios reconhecem quem é Jesus, porque sentem que a palavra e ação dele ameaça o domínio que eles tem sobre o homem.
35-39: O deserto é o ponto de partida para a missão. Aí, Jesus encontra o Pai, que o enviou para salvar os homens. Mas encontra também a tentação: Pedro sugere que Jesus aproveite a popularidade conseguida num dia. É o primeiro diálogo com os discípulos, e já se nota tensão.
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40-45: O leproso era marginalizado, devendo viver fora da cidade, longe do convívio social, por motivos higiênicos e religiosos. (Lv 13,45-46). Jesus fica "irado" contra uma sociedade que produz a marginalização. Por isso, o homem curado deve apresentar-se para dar testemunho contra um sistema que não cura, mas só declara quem pode ou não participar da vida social. O marginalizado agora se torna testemunho vivo, que anuncia Jesus, aquele que purifica. E Jesus está fora da cidade, lugar que se torna o centro de nova relação social: o lugar dos marginalizados é o lugar onde se pode encontrar Jesus. (Bíblia Pastoral. Nota). Próximo